quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Traguei o último gosto do cigarro
Sentindo o gosto amargo
De todo amor que estraguei
Desperdicei todo o afago
No último incesto do cruzamento
(ceva com malte)
E embarquei...

Estiquei os punhos
Rabisquei um traço,
Ou melhor, uma linha.
Coloquei-me ao lado dela
E na minha intenção medonha e triste
O pior: seria o primeiro de muitos
De muitos o pior (ou melhor): o último.

Engoli a dor do mundo
Como quem apenas toma um gole
E na ânsia acelerada de ceifar a agonia
Pensei que conseguiria
Engolir o ódio também

Olhei para o espelho e disse:
­-Hei triste: por que não falas comigo?
- “Porque não falas comigo!”
E se o cliente perguntar o preço
Diga sem apresso, que talvez,
O produto saia de linha...

Minha voz nunca saiu,
Ou fingiu que não viu,
Para dizer nada sobre mim
Nem “mim” nunca quis a voz
Disse enfim (ele):
Diga ao mundo que fechei para balanço!

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