terça-feira, 31 de julho de 2007


Uai...num tem desenho pra este textão??....Ué.

Antropologia Cultural

Seguindo o que eu mesmo propus, destinarei parte deste espaço, para analisar o andamento do meu “ser jornalista” – processo de.
(...)
No último semestre experimentei a sensação de “uai, ué”. Explico. “Uai ué” é aquele momento quando você se depara com certas maneiras de pensar o mundo, contrárias, ou mesmo revolucionárias, as quais você acreditava. Então, surpreendentemente, você se depara com um “uai, ué” – e fica assim...pensando. Entendeu?
Foi uma quebra de esteriótipos, ou o esforço, em assim fazê-lo. Não fui muito bem de início. Na verdade, às duras penas, fui entendendo a maneira peculiar com que os grandes sociólogos, antropólogos, andróides, homicidas, astronautas, cachaceiros, homens, meio homens, nada homens, enfim, como todos estes grandes, e eu, na minha insignificância, entendemos o mundo.
Aprendi a diferença das culturas globais, das locais e das marcianas. Entendi o que minha mãe queria dizer sobre a tenebrosa “aldeia global” de um tal de Mcluhan – que retalha os costumes alheios e espalha uma perigosa arma moderna chamada “A morte Nike” - fruto da nova era. O anticristo, a besta. Vi muitas bestas também, aff!
Confirmei o que há muito já sabia: o Brasil é um país preconceituoso, facilitou de fato a origem “afronordestina”.
Presenciei momentos agradabilíssimos de discussão séria e momentos de fúria e impaciência, afinal, discutir o processo de enraizamento quatro horas consecutivas não é coisa de ser humano, ou é? Eu bem desconfiava da minha origem alienígena, pude perceber nos olhares terrenos, que me encaravam com espanto e fúria, outros com hospitalidade e outros ainda com carinho.
(...)
Realmente, o baiano não é preguiçoso como se divulga por todo o país (este foi um tema recorrente na aula, era a tese da doutora vai, dá um crédito). Após uma deliciosa experiência no sul da Bahia, pude constatar que a preguiça é minha mesma, que ficou uma semana, comendo, bebendo, dormindo, e engordando - enquanto os ditos “preguiçosos” trabalhavam duro na indústria turística. Ponto positivo de Ilhéus: não existe Mcdonald’s. Viva o acarajé, sem camarão pra mim, obrigada. E pra quem gosta do mediador Jorge Amado (com todo respeito, até mesmo porque eu adoro assistir as novelas dele) saiba que ele foi um grande fofoqueiro. Pois é, foi assim que as pessoas lá da terra da Gabriela (Maria de Lurdes originalmente) se referiram a ele. Jorge Amado era jornalista? - ixi num sei, mas tem todo um perfil...rs – saiu fugido da Bahia, antes que levasse chumbo dos coronéis do cacau. Falando em cacau, só uma nota: ao contrário do que a imprensa por aqui atiçou, o Lula não levou a vassoura de bruxa para as fazendas de cacau de Ilhéus. De acordo com fontes informais – até mesmo porque eu estava de férias pra ficar investigando profundamente a confiabilidade da fonte e, além do mais, nem valia nota, né não? - quem levou o fungo foi um funcionário da CEPLAC, que ficou com medo de perder o emprego, será? Pode ser.
Bem, em antropologia cultural, aprendi muito. Dentre as coisas mais importantes – leia todos, todos os textos mesmo, senão você se dá mal.
Ao final, pude verificar que foi uma disciplina relevante para a construção da jornalista que um dia serei. Será que essa disciplina é nova na grade? Tenho a impressão de que muita gente por aí só teve aula de estatística... eita.
E viva o acarajé, a tapioca, o leite de côco. Axé para os amigos nordestinos e pimenta baiana nos olhos dos meus inimigos, porque não sou hipócrita, porque ainda ‘to evoluindo. Senhor, dá um desconto! Amém.
E pra quem acredita no meu bom humor, aí vai uma ( no ctrl c + ctrl v, porque eu sou bem ruim de piada):

“Aos garninzés, tudo. Aos urubus, nem a carniça.” (Millôr Fernandes)


Ruto.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Vale lembrar que eu também tenho bom humor!




1. No jornal, o editor estranha que o lance mais importante da partida não tenha sido registrado:
- Ué, mas você não pegou o gol?
- Ora, se o goleiro que era obrigado a pegar, não pegou, imagine eu, um simples fotógrafo.
2. E quantos repórteres são necessários para trocar uma lâmpada?
Cinco. Um para trocar, quatro para distorcer os fatos.
3. Por que as pilhas são melhores que os jornalistas?
Pelo menos tem um lado positivo.
4. Quantos editores são necessários para trocar uma lâmpada?
Quatro. Um para trocar e três para revisar.
5. Quantos jornalistas são necessários para trocar uma lâmpada?
Três, um para subir a escada e dois para criticar.
6. Médico acha que é Deus. Jornalista tem certeza.
7. Qual a semelhança entre um dinossauro e um jornalista consciente?
Ambos são extintos.
8. Por que os jornalistas tem a consciência limpa?
Porque nunca a usaram.

terça-feira, 3 de julho de 2007

O que foi apreendido até agora? Sei mais ou ainda menos?

Seria bastante prudente, revisar, questionar, contrapor – toda a infinidade de coisas que são colocadas na universidade. Mas, devo concordar que muito além das paredes da instituição na qual estudo existe uma infinidade de fatores que desviam minha atenção: emprego, contas a pagar, vida para aproveitar, amor, sexo, pressão social, sexo e sexo, etc, etc. – o que torna humanamente, impossível, tornar-me mestre e conhecedora das matérias distribuídas pela grade pedagógica.
Uma pena, não acha? Que o conhecimento já se obrigue à escassez, logo tão cedo? – “Priorize, Camila. Priorize” – Esta é a frase do ano, de autoria da minha “chefa”. Na hora foi bem difícil aceitar o conselho (na verdade eu levava uma bronca por desorganização do serviço, por priorizar mais os estudos do que o trabalho) – que, afinal, paga minhas contas, vale lembrar. Mas depois, remoído todo o orgulho ferido, pude perceber a importância desta frase para minhas questões. Penso eu, que devo priorizar uma área de conhecimento, para conseguir direcionar meus esforços em apreender o máximo de informação sobre esta.
Uma pena, uma pena mesmo. Será que conhecer é priorizar uma determinada área? Priorizar o quê e porquê? Pelo gosto? Pelo tempo? Pela falta de tempo? Por necessidade financeira? Pelo sistema econômico? Pelas exigências do mercado? Por falta de opções? Pelo que é mais atraente? Pela prática? Pela teoria?
Tem uma infinidade de assuntos que poderia aprofundar e aprofundar.
Jornalismo não é ciência. Jornalismo não é ciência. Certo? – o que conforta é saber que a comunicação, em si, possa ser uma. O que permite mais envolvimento teórico e menos práxico. Um jornalista, conhecido de um conhecido meu, disse o seguinte: “esqueça a faculdade, jornalismo se aprende na prática” – Será? (Não estou duvidando, apenas levantando hipóteses).
Não sei, tenho pensado. Aprendi bastante coisa de um ano e meio pra cá. E, ligando uma disciplina à outra, pude perceber uma lógica que envolve o processo de formação de um bom jornalista (na teoria funciona que é uma beleza). Mas será que a prática pode definir e formar um bom jornalista? Vimos isso em história do jornalismo. Jornalistas de verdade, que nos inspiraram a sermos jornalistas hoje (Cipriano Barata, por exemplo), ironicamente, não eram jornalistas por formação. (Nem existia faculdade para isso, não é mesmo?) Isso levanta e acirra uma polêmica ainda maior, mas que não entra no mérito do assunto, que aqui levanto. Só coloco que, é claro, fazendo faculdade de jornalismo, sou defensora da necessidade do diploma para exercer a profissão. Mas, como coloquei supra, apenas levanto dúvidas, hipóteses. Afinal, o objetivo aqui é conhecer. È saber se ostentarei, humildemente, o título próximo de jornalista. Como alguém que ostenta o título de médico, ou antropólogo, sei lá.

Pseudosabedoria. Pseudociência. Pseudoconhecimento.

Pseudojornalismo?

É um termo recorrente no meu vocabulário, e que irrita muitas pessoas, vez em quando. Mas, alheia a isto, não vejo termo melhor, para definir o conhecimento humano sobre a física e a metafísica - do mundo, do extramundo. Mas isso não é uma ferramenta de artilharia, ao contrário, é apenas uma maneira de referir-me a certos absurdos que ouço, até mesmo, bobagens, vindas da minha consciência. No entanto, confesso - sabor “tântrico” - quando a besteira é do alter.
O processo de aprendizado é algo perturbador. Como é possível definir quando se tem o total domínio sobre um assunto?
Faço faculdade de jornalismo, que aborda várias áreas do conhecimento: antropologia, economia, discurso da linguagem, história – das artes, políticas, internacional e nacional, além de técnicas de trabalho e moldagem da informação, e por aí vai. É interessante uma observação, ainda que mal embasada em dados concretos de pesquisa – mas interessantíssima – sobre a notável capacidade, que este curso tem, enfim, de insuflar a alto-valorização do EU-jornalista. Isso pode ser evidenciado, por exemplo, quando – freqüentemente - outros colegas, de outros cursos, se manifestam em frases como “Vocês jornalistas acham que sabem tudo”, ou ainda, “Vampiros”, e até mesmo, “SangueSugas”, “Incopetentes”, ou ainda, “A mídia é a desgraça atual”.
– E não sabemos? – me pergunto. Até que ponto nosso domínio sobre as diversas áreas do conhecimento nos habilita a falarmos ou a tratarmos destas áreas? Até onde deve ir nossa abrangência sobre um tema? Somos profissionais que reportam fatos, ou somos especialistas em decifrar a realidade? Ou as duas coisas? Devemos apenas expor, ou temos o papel de discutir e interpretar os fatos? Que critérios, além da disputa de poder, nos torna eficientes tesoureiros da informação, recortando e recortando temas? Como um fato vira notícia?
Sim, sim, sim amigo – é por aí que me perco...
É por aí que sei bem pouco sobre tudo. Embora acredite, saber mais do que muita gente.

Sei menos à medida que investigo mais, por quê?


Uma coisa que tenho verificado, empiricamente, é que quanto mais se sabe sobre as coisas, menos se sabe sobre as coisas. É o famoso, “só sei de que nada sei” – tão famosa máxima de Sócrates.
Um sentimento que firma meus pés no chão e obriga, a todo o momento, o exercício da humildade. Por que, talvez, ser humilde, seja a maior sabedoria do homem. Estou em estágio primário, quase que arcaico do aprender “ser humilde” – porque acredito ainda que, saber disfarçar o conhecimento, é ser humilde – ledo engano do ego. Isso é, antes, elegância e não humildade.
Eu sei que este discurso é carregado de prepotência, mas ser sincero com o que se tem no cérebro é algo que exige bastante esforço, em ser verdadeiro, com outras pessoas, inclusive com você mesmo. Se todas assumissem em público seus defeitos, como inveja, insegurança, raiva, timidez, etc., seria bem mais fácil lidar com o mundo, não? Então, trabalho sob a ótica do acreditar na minha inteligência em depreciação das outras, o que concordo, logo de imediato, ser defeito de personalidade. E na tentativa de evoluir, sei que ainda nada sei sobre nada, porque acredito que o aprofundar no conhecimento, sobre algo, é perder-se, ainda mais, nas entranhas da filosofia e nos percalços das probabilidades. E nenhuma verdade, enfim, talvez seja verdadeira. Nem a medicina ocidental é verdadeira, apenas uma das muitas verdades sujeitas às constantes mudanças do comportamento humano. Hume tinha uma teoria, bastante doida, mas que pode ter algum sentindo, ao afirmar, que a ciência é, na verdade, repetições obtidas, empiricamente, e que não estão livres de mudanças “ao acaso do azar ou da sorte”. É mesmo isso? Ou um tabuleiro de xadrez?
(foto: bart)