segunda-feira, 7 de abril de 2008

Escritores da liberdade não é um bom filme, mas sem dúvida, provoca uma boa discussão ética.



Não fosse pela discussão ética a que se propõe, o filme “Escritores da Liberdade” (Freedom Writers, EUA, 2007), escrito e dirigido por Richard LaGravenese, poderia enquadrar-se como mais uma, das diversas reciclagens cinematográficas que aparecem, volta e meia, no mercado. Repleto de clichês que lembram, imediatamente, filmes como “Sementes da Violência” (1955), “Ao mestre com carinho” (1967) e até mesmo o despretensioso “Mudança de Hábito 2” (1993), apresenta o problema de sempre: adolescentes que se rebelam contra o sistema, a escola, e, consequentemente, contra o professor.
Déjà vu, à parte, o que devemos levar em consideração nesses tipos de filmes, é que eles pretendem denunciar as desigualdades sociais que, direta ou indiretamente, ocasionam situações de conflito. De alguma forma eles cutucam o “dedo na ferida”, quando jovens, “aparentemente”, opressores, se revelam, surpreendentemente, como os mais oprimidos. Escritores da Liberdade apresenta uma espécie de indignação ética, que retorna ao cenário cinematográfico, mais uma vez, como um sinal de que algo não funciona como deveria funcionar.
No livro “Conversando sobre ética e sociedade” (1958) Jung Mo Sung nos diz que somente “quando superamos a visão da realidade existente como algo inquestionável e absoluto é que podemos imaginar, sonhar e pensar sobre uma outra realidade, diferente e melhor”, em contrapartida, no filme estrelado por Hilary Swank (Meninas de Ouro) vemos como é difícil superar essa realidade. Ainda de encontro às idéias de Mo Sung, observamos que em situações de extrema violência devemos atentar para as responsabilidades diante de certas escolhas. Não que o escritor tenha se equivocado ao dizer que o ser humano, por não ser predestinado pela natureza divina, tenha que assumir a responsabilidade de suas escolhas, mas o que me pergunto, diante do filme, é como as pessoas têm condições de serem responsabilizadas se vivem em uma realidade deturpada?
Como solução a esta pergunta, temos o comportamento da personagem central do drama - a professora de inglês, que percebe, à exceção dos colegas de trabalho, que os adolescentes são apenas o reflexo do preconceito que sofrem, a somatória de vários problemas familiares, o resultado da violência urbana e – que aponta um novo caminho, ou como preferirem, a realidade nova proposta por Mo Sung, que transformará a vida dos estudantes.
A personagem Erin, através da nova realidade que apresenta aos seus alunos, pela educação, faz com que os jovens descubram que para cada ação há, necessariamente, uma reação. E, que mesmo quando não se pretenda uma ação negativa, ela demonstra que as respostas podem ser. Nesse aspecto, retomando a idéia de responsabilidade proposta por Mo Sung, fica explícito no filme, assim como no livro, que é sempre necessário prestar muita atenção às nossas escolhas.
Fora esta comparação ética, escritores da Liberdade é um filme comum, que lembra as coisas como elas são, que não inova no discurso ou no tema, mas a vantagem, paradoxalmente está, justamente, aí, quando conseguimos nos indignar com as coisas como elas são, quando não deveriam ser, ou como diria Jung Mo Sung “com o mal travestido de bem”



Duas garrafas de café, uma com açúcar, à direita, a outra sem, à esquerda. Cadeiras, devidamente, dispostas lado a lado, simetricamente, alinhadas. Portas de madeira espetadas por alfinetes de cabeça amarela.
Silêncio.
É difícil compreender como coisas pequenas do dia-a-dia, aparentemente, sem importância, podem fazer toda a diferença quando não se enxerga nada, ou quase nada. No Centro Cultural Louis Braille, em Campinas, é possível “abrir os olhos” para um novo mundo, e surpreender-se com a autonomia de pessoas consideradas, equivocadamente, dependentes.
Fundado em 1969, o Centro Cultural Louis Braille de Campinas, é uma instituição filantrópica (ONG) que presta serviços assistenciais especializados as pessoas com deficiência visual, ou seja, cegas ou que possuam baixa visão, de acordo com os critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde*. O atendimento ao público, gratuito, a partir dos 12 anos de idade, é oferecido de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h e está dividido em três grandes áreas: Educacional, que engloba atividades ligadas à arte e a cultura, educação extracurricular, esporte, e o ensino do sistema Braille; Habilitação/ Reabilitação, que visa a conquista da autonomia e da qualidade de vida; Empregabilidade, que orienta sobre as condutas adequadas no mercado de trabalho.
De acordo com o projeto pedagógico, a ONG tem como uma das metas principais, suplementar à rede regular de ensino, fornecendo mecanismos multidisciplinares paralelos à escola, que contribuam para uma inclusão justa e de qualidade, já que muitas vezes, o deficiente visual desiste da escola, justamente, por não ter tido sucesso durante esse processo. Maria Cristina Loiola Martins, ex-diretora de escola e, atualmente, pedagoga responsável pelo Centro Cultural Louis Braille, conta a ADD, que apesar da boa intenção do governo, o MEC ainda está “longe, muito longe” de concretizar o processo de inclusão tão esperado por todos. “As crianças ditas “normais” estão aprendendo como deveriam?” – questiona.
Os usuários que já concluíram os estudos ou àqueles que não se sintam prontos para a retomada dos estudos, são incentivados a permanecerem em um espaço de convivência, de maneira que possam levar uma vida autônoma saudável, com qualidade de vida. Esses estímulos são oferecidos pelas diversas oficinas que a ONG oferece e pela prática esportiva. No Louis Braille, são muitos os usuários que praticam esporte. Somente a equipe de Goal Ball*, liderada pelos treinadores voluntários Fernando Penco e Sheila Fabiana da Silva, conta com aproximadamente 10 atletas. Em 2007 ficaram com o 4º lugar do Campeonato Brasileiro da Série B, apesar da pouca quantidade de treinos – “É uma área que não tem retorno financeiro nenhum” – diz Fernando, sobre as dificuldades de conseguir o apoio e o patrocínio de empresas privadas. “Todos aqui trabalham, fica difícil conciliar com o horário do treino” – comenta Devanir de Lima, ex-jogador da seleção brasileira de futebol para cegos e praticante de goal ball há 10 anos.
O Centro é filiado a CBDC (Confederação Brasileira de Desportos para Cegos) e participa, constantemente, de campeonatos regionais, como ocorreu nos dias 29 e 30 de março, na 1ª Etapa do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação, quando Hilmário Aparecido Oliveira, ficou com o 3º lugar dos 100m. As modalidades esportivas praticadas são o Goal Ball, o futebol para cegos e o atletismo, esse último sob o comando do instrutor Maico Cleber Cabestre. Os treinos acontecem fora da sede, que não possui estrutura para a prática esportiva.
Além de dificuldades financeiras para custear o esporte, o Centro Louis Braille apresenta, também, problemas de infiltração de água, danificações na pintura e problemas na parte elétrica, o que significa mais uma batalha por patrocinadores que possam contribuir com uma futura reforma. Mas, apesar dos problemas aparentes, a motivação para superá-las é algo que o Centro Cultural Louis Braille faz com muita sabedoria nos quase 40 anos de existência.

terça-feira, 1 de abril de 2008


Movimento em prol da formatura alternativa da liderança articulativa de esquerda.

Temos como objetivo, companheiros, comemorar a colação de grau num boteco. Se sobrar uma graninha dá pra levar o pai e, se possível, a mãe...

Para àqueles que, como eu, ficarão morrendo de vontade de participar da festa, a única alternativa é a luta por um movimento bilateral de formatura.

Viva as contas pra pagar!

Etapa 1: aumentar o limite do cartão de crédito!

O lula deveria acrescentar no PROUNI, taxa de colação de grau...huauaua
...meu Deus, eu sou pobre!