segunda-feira, 2 de abril de 2012


Estou em busca de um objeto de pesquisa. Talvez eu devesse analisar o dia a dia em sala de aula. Investigar, afinal, porque as pessoas se torcem de maneira estranha quando querem fazer uma pergunta ou porque iniciam as frases sempre da mesma maneira. Seria uma espécie de tic nervoso? Desses em que é inevitável piscar os olhos de forma compulsiva? Seria uma necessidade de cravar uma espécie de marca “autoral”? Lembro de um colega da faculdade, que puxava os fios do cabelo, todas as vezes em que a pergunta entalava na garganta. Antes de expulsar o mal preso na goela, soltava grunhidos quase infinitos, como: “ééé....ããnnn...” Tinha também outro conhecido, que antes de perguntava fazia aquela introdução secular sobre o contexto mental que originou a dúvida que virá a seguir... Eu também poderia analisar essa minha arrogância diante de tantas informações novas, que se materializa na descrença de que, para nada, isso me servirá. Será possível que todo esse conhecimento que agora surge tão inútil, no futuro, fará de mim uma grande intelectual? Dessas, letradas, a que todos invejam e desejem obter autógrafos na contracapa dos livros? É uma possibilidade. E porque essa necessidade de falar com a idéia alheia, o tempo todo? Como seu o seu cérebro estivesse embotado? E porque eu tenho dó dessas pessoas que falam de Foucault e Marx como a solução de todos os males para esta Terra desgraçada. Reconheço o mérito. Afinal, pensar é bom. Mas, no final da história, não é o pensamento que vai para a frente da trincheira ou à beira do fogão, enfim...devo ser uma vítima do sistema.

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