Duas garrafas de café, uma com açúcar, à direita, a outra sem, à esquerda. Cadeiras, devidamente, dispostas lado a lado, simetricamente, alinhadas. Portas de madeira espetadas por alfinetes de cabeça amarela.
Silêncio.
É difícil compreender como coisas pequenas do dia-a-dia, aparentemente, sem importância, podem fazer toda a diferença quando não se enxerga nada, ou quase nada. No Centro Cultural Louis Braille, em Campinas, é possível “abrir os olhos” para um novo mundo, e surpreender-se com a autonomia de pessoas consideradas, equivocadamente, dependentes.
Fundado em 1969, o Centro Cultural Louis Braille de Campinas, é uma instituição filantrópica (ONG) que presta serviços assistenciais especializados as pessoas com deficiência visual, ou seja, cegas ou que possuam baixa visão, de acordo com os critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde*. O atendimento ao público, gratuito, a partir dos 12 anos de idade, é oferecido de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h e está dividido em três grandes áreas: Educacional, que engloba atividades ligadas à arte e a cultura, educação extracurricular, esporte, e o ensino do sistema Braille; Habilitação/ Reabilitação, que visa a conquista da autonomia e da qualidade de vida; Empregabilidade, que orienta sobre as condutas adequadas no mercado de trabalho.
De acordo com o projeto pedagógico, a ONG tem como uma das metas principais, suplementar à rede regular de ensino, fornecendo mecanismos multidisciplinares paralelos à escola, que contribuam para uma inclusão justa e de qualidade, já que muitas vezes, o deficiente visual desiste da escola, justamente, por não ter tido sucesso durante esse processo. Maria Cristina Loiola Martins, ex-diretora de escola e, atualmente, pedagoga responsável pelo Centro Cultural Louis Braille, conta a ADD, que apesar da boa intenção do governo, o MEC ainda está “longe, muito longe” de concretizar o processo de inclusão tão esperado por todos. “As crianças ditas “normais” estão aprendendo como deveriam?” – questiona.
Os usuários que já concluíram os estudos ou àqueles que não se sintam prontos para a retomada dos estudos, são incentivados a permanecerem em um espaço de convivência, de maneira que possam levar uma vida autônoma saudável, com qualidade de vida. Esses estímulos são oferecidos pelas diversas oficinas que a ONG oferece e pela prática esportiva. No Louis Braille, são muitos os usuários que praticam esporte. Somente a equipe de Goal Ball*, liderada pelos treinadores voluntários Fernando Penco e Sheila Fabiana da Silva, conta com aproximadamente 10 atletas. Em 2007 ficaram com o 4º lugar do Campeonato Brasileiro da Série B, apesar da pouca quantidade de treinos – “É uma área que não tem retorno financeiro nenhum” – diz Fernando, sobre as dificuldades de conseguir o apoio e o patrocínio de empresas privadas. “Todos aqui trabalham, fica difícil conciliar com o horário do treino” – comenta Devanir de Lima, ex-jogador da seleção brasileira de futebol para cegos e praticante de goal ball há 10 anos.
O Centro é filiado a CBDC (Confederação Brasileira de Desportos para Cegos) e participa, constantemente, de campeonatos regionais, como ocorreu nos dias 29 e 30 de março, na 1ª Etapa do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação, quando Hilmário Aparecido Oliveira, ficou com o 3º lugar dos 100m. As modalidades esportivas praticadas são o Goal Ball, o futebol para cegos e o atletismo, esse último sob o comando do instrutor Maico Cleber Cabestre. Os treinos acontecem fora da sede, que não possui estrutura para a prática esportiva.
Além de dificuldades financeiras para custear o esporte, o Centro Louis Braille apresenta, também, problemas de infiltração de água, danificações na pintura e problemas na parte elétrica, o que significa mais uma batalha por patrocinadores que possam contribuir com uma futura reforma. Mas, apesar dos problemas aparentes, a motivação para superá-las é algo que o Centro Cultural Louis Braille faz com muita sabedoria nos quase 40 anos de existência.
Silêncio.
É difícil compreender como coisas pequenas do dia-a-dia, aparentemente, sem importância, podem fazer toda a diferença quando não se enxerga nada, ou quase nada. No Centro Cultural Louis Braille, em Campinas, é possível “abrir os olhos” para um novo mundo, e surpreender-se com a autonomia de pessoas consideradas, equivocadamente, dependentes.
Fundado em 1969, o Centro Cultural Louis Braille de Campinas, é uma instituição filantrópica (ONG) que presta serviços assistenciais especializados as pessoas com deficiência visual, ou seja, cegas ou que possuam baixa visão, de acordo com os critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde*. O atendimento ao público, gratuito, a partir dos 12 anos de idade, é oferecido de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h e está dividido em três grandes áreas: Educacional, que engloba atividades ligadas à arte e a cultura, educação extracurricular, esporte, e o ensino do sistema Braille; Habilitação/ Reabilitação, que visa a conquista da autonomia e da qualidade de vida; Empregabilidade, que orienta sobre as condutas adequadas no mercado de trabalho.
De acordo com o projeto pedagógico, a ONG tem como uma das metas principais, suplementar à rede regular de ensino, fornecendo mecanismos multidisciplinares paralelos à escola, que contribuam para uma inclusão justa e de qualidade, já que muitas vezes, o deficiente visual desiste da escola, justamente, por não ter tido sucesso durante esse processo. Maria Cristina Loiola Martins, ex-diretora de escola e, atualmente, pedagoga responsável pelo Centro Cultural Louis Braille, conta a ADD, que apesar da boa intenção do governo, o MEC ainda está “longe, muito longe” de concretizar o processo de inclusão tão esperado por todos. “As crianças ditas “normais” estão aprendendo como deveriam?” – questiona.
Os usuários que já concluíram os estudos ou àqueles que não se sintam prontos para a retomada dos estudos, são incentivados a permanecerem em um espaço de convivência, de maneira que possam levar uma vida autônoma saudável, com qualidade de vida. Esses estímulos são oferecidos pelas diversas oficinas que a ONG oferece e pela prática esportiva. No Louis Braille, são muitos os usuários que praticam esporte. Somente a equipe de Goal Ball*, liderada pelos treinadores voluntários Fernando Penco e Sheila Fabiana da Silva, conta com aproximadamente 10 atletas. Em 2007 ficaram com o 4º lugar do Campeonato Brasileiro da Série B, apesar da pouca quantidade de treinos – “É uma área que não tem retorno financeiro nenhum” – diz Fernando, sobre as dificuldades de conseguir o apoio e o patrocínio de empresas privadas. “Todos aqui trabalham, fica difícil conciliar com o horário do treino” – comenta Devanir de Lima, ex-jogador da seleção brasileira de futebol para cegos e praticante de goal ball há 10 anos.
O Centro é filiado a CBDC (Confederação Brasileira de Desportos para Cegos) e participa, constantemente, de campeonatos regionais, como ocorreu nos dias 29 e 30 de março, na 1ª Etapa do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação, quando Hilmário Aparecido Oliveira, ficou com o 3º lugar dos 100m. As modalidades esportivas praticadas são o Goal Ball, o futebol para cegos e o atletismo, esse último sob o comando do instrutor Maico Cleber Cabestre. Os treinos acontecem fora da sede, que não possui estrutura para a prática esportiva.
Além de dificuldades financeiras para custear o esporte, o Centro Louis Braille apresenta, também, problemas de infiltração de água, danificações na pintura e problemas na parte elétrica, o que significa mais uma batalha por patrocinadores que possam contribuir com uma futura reforma. Mas, apesar dos problemas aparentes, a motivação para superá-las é algo que o Centro Cultural Louis Braille faz com muita sabedoria nos quase 40 anos de existência.
Um comentário:
Cadê os créditos nas fotos?
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